A GRAÇA DE SER FRACO
2 Coríntios 2:19 – “E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.”
Ao contrário do que muitos imaginam, a vitória não é dos fortes. Na verdade, a vida cristã é um grande paradoxo. Trabalhamos no descanso. Muitas vezes, caminhamos mais quando ficamos parados. Só recebemos quando damos. Somos exaltados quando nos humilhamos. Temos mais fome quando comemos. Apesar de termos de tomar a cruz, sabemos que o jugo de Cristo é leve e suave.
No mesmo princípio, o Senhor afirma que o poder do céu somente se manifesta na fraqueza. Diante disso, podemos tirar algumas conclusões. A primeira é que a aparente fraqueza do pecado é, na verdade, muita força. É preciso muita força para guardar uma mágoa. Já pensou quanta energia é necessária para se guardar um ressentimento? Somente alguém muito forte é capaz de levar o peso da amargura e do ressentimento por muito tempo.
É preciso força para conviver com o pecado não confessado. Andar com um sentimento de culpa demanda uma grande quantidade de energia. É preciso ser muito forte para aguentar a depressão resultante da culpa, o mau humor, a irritação e o peso na alma. É preciso também muita força para conseguir trabalhar para Deus sem depender da unção. Quantos sustentam um trabalho aparentemente espiritual por anos, mantido exclusivamente na força do braço, sem depender do poder de Deus?
A cada dia, a angústia daquele trabalho os consome, mas continuam mesmo assim. Por serem fortes, não experimentam o poder de Deus. Toda “fraqueza da carne” exige uma grande dose de energia, e só os naturalmente fortes a possuem.
Por isso, precisamos ser fracos e frágeis diante de Deus. Quanto mais rápido chegarmos ao fundo do posso da nossa alma, mais rápido gritaremos por socorro e veremos o poder de Deus. O fundo do posso pode parecer estar perto do inferno, mas se ali clamarmos a Deus, ele pode ser o começo do céu. Uma última conclusão inevitável é que, se não temos poder, é porque não temos sido suficientemente fracos.
Quando nos reconhecemos fracos, o primeiro sinal é que buscamos mais, oramos com intensidade e dependência. A oração é um sinal do reconhecimento da impotência e incapacidade humana. Quem depende é fraco. Por isso, quem depende ora. Só os fracos provam do poder, porque o poder de Deus se manifesta na fraqueza. O homem não prevalece pela força, e nem a vitória é do forte, mas os Golias ainda caem diante de homens frágeis que confiam no poder de Deus.